Ao longe, nada.
Nada quebrava a monotonia desértica dessa paisagem que confundi com o tempo.
Um nevoeiro cobria o horizonte, uma placenta matinal tolhava-nos os olhos impedindo o assombro face ao futuro.
O futuro: desse, só se adivinha o medo e a prorogação infinita do presente, como em espelhos que se miram.
Mas depois veio Ele.
De um ponto longínquo e luzidio, quebrando a horizontalidade do fim da esfera, cavalgando entre ventos e poeira.
Marchava só, ainda que para ele convergissem a fé, a esperança dos velhos e a certeza das crianças; marchava sempre só.
Quando dele os olhos afastei, não suportando mais aquela febril vaga, reparei em 10 outros que o seguiam. Dez que corriam atrás dele. Não almejavam alcançá-lo, sabiam dos seus poucos limites. Mas não tinham dúvidas do seu profeta.
E assim veio Ele, rompendo o nevoeiro, atravessando barreiras, trespassando o ar. Fez do seu corpo bandeira, da sua voz um hino. Fez-se ilusão Homérica, repôs Sebastião no trono e avançou, sozinho, reclamando para si o Quinto Império. Alcácer Quibir era história, e do passado se alimentam ou outros- e não Ele.
Ele desfez os Sauditas que bradavam impropérios com a mesma mestria com que alçavam a pesada espada.
O sangue de sépia dos cães infiéis entornou-se na areia.
Veio, Viu e Espetou dois golos naqueles gajos.
quinta-feira, março 02, 2006
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6 comentários:
Are you a grouppie?
Também contra coxos não era difícil...
mas nem assim suporto esse gajo!
Placenta matinal??? Ka raio...
Meu caro Ernesto, resolvemos incluir o teu blog nos nossos links.
Ganda Cristiano, os que não podem contigo são os que têm dôr de cotovelo, por causa das boas gajas com que andas.
Enfiou 2 nesses gajos que passam a vida de cu para o ar.
Ele...
hum...
certo...
Boa! Recuperaste o banner!
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