sexta-feira, dezembro 30, 2005

Balanço

Fecha-se o ano.
Não sou dado a acréscimos ou diferimentos de custos (ou proveitos) ; o "ano contabilístico" fechará o "ano bloguístico".
Passemos então à avaliação e corecção de determinados temas que se consideram importantes de fechar.


1- Estou seguro que "Stanley Kubrick" é mais um pseudónimo de Boris Vian; chego a essa conclusão após mais uma visita à "Laranja Mecânica".
O realizador conhecido por "Kubrick" apresenta traços próprios muito fortes- certamente. Mas é também propenso a certos maneirismos de produção/realização/imaginação que só seriam capazes de ocorrer na louca cabeça de Vian ( apêndice corporal que eu doaria ao estudo científico).
Um pouco mais de Beethoven, algo menos de jazz e patafísica e uma estética mais futurista tornam Boris num Stanley.

2- A "Laranja Mecânica" só faz sentido na minha cabeça com a cidade de Roterdão como cenário.

3- "O Estrangeiro" (do amigo Camus) não era mau. Simplesmente não era bom.

4- A Winona Rider é uma cleptomaníaca.

5-A Winona roubou-me o coração.

6-"Frieza dos números" my ass. Até o Pessoa escrevia sobre o Teorema do Limite Central.

7- X encontra Y em muito mais do que simples equações.

8-" Não esqueçamos o Goofus Bird, pássaro que constrói o ninho ao contrário e voa para trás, porque não lhe interessa para onde vai, mas onde já esteve".
-O livro dos seres imaginários, Jorge Luís Borges




É tudo.

Bom ano novo.





Sugestão:

Dia 1 de janeiro deixe a sua carne marinar no álcool ingerido no ano anterior. Vai ver: tornar-se-á uma pessoa mais macia, mais suave.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Política e felattio:



in Jornal de Notícias:

Mais de cinco milhões em acordos "de boca":
Gestão de Avelino Ferreira Torres assumiu compromissos de valor elevado nos últimos meses de mandato. Novo presidente queixa-se de negócios combinados verbalmente.



terça-feira, dezembro 27, 2005

Let's talk about sex


Iludido: -Adoro, pá. Simplesmente adoro. Passo a vida naquilo, aliás... Repetindo, experimentando, fazendo... na cama, no chão, na cozinha, no carro no comboio no avião no museu no restaurante na praia na rua na lareira na cara dos outros, na mesa, na cama. Nela, na outra...
A sério, pá: A-do-ro. Na sala de aula, uma vez.
Sou um amante do prazer. Gosto muito de sexo.


Desiludido: -Eu também gosto de sexo. Tenho um e nunca me separo dele.



segunda-feira, dezembro 26, 2005

Bling Bling, Gangsta style

"O homem da era tecnológica arrisca-se a ser vítima dos próprios sucessos da sua inteligência e dos resultados das suas capacidades de acção se se deixar contagiar por uma atrofia espiritual, por um vazio no coração", avisou Bento XVI. "Acorda, homem do terceiro milénio!". "A época moderna é muitas vezes apresentada como um período de despertar do sono da razão, a chegada da humanidade à iluminação ", mas "sem Cristo, a luz da razão não é suficiente para iluminar o homem e o Mundo".


Cristo brilha no peito dos vencedores. For show, dog.

sexta-feira, dezembro 23, 2005


Have yourself a merry little Christmas
Let your heart be light
Next year all our troubles will be
out of sight
Have yourself a merry little Christmas
Make the yule-tide gay
Next year all our troubles will be
miles away
Once again as in olden days
Happy golden days of yore
Faithful friends who are dear to us
Will be near to us once more
Someday soon, we all will be together
If the Fates allow
Until then, we'll have to muddle through somehow
So have yourself a merry little Christmas now.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Captalizando sobre a anarquia:



Em cima: Sid Vicious, versão action figure.
.
.
.
.
.
.
.
" Pois foi este o processo que eu segui. Meti ombros à empresa de subjugar a ficção dinheiro, enriquecendo. Consegui. Levou um certo tempo, porque a luta foi grande, mas consegui. Escuso de lhe contar o que foi e o que tem sido a minha vida comercial e bancária. Podia ser interessante, em certos pontos sobretudo, mas já não pertence ao assunto. Trabalhei, lutei, ganhei dinheiro; trabalhei mais, lutei mais, ganhei mais dinheiro; ganhei muito dinheiro por fim. Não olhei o processo - confesso-lhe, meu amigo, que não olhei o processo; empreguei tudo quanto há - o açambarcamento, o sofisma financeiro, a própria concorrência desleal. O quê?! Eu combatia as ficções sociais, imorais e antinaturais por excelência, e havia de olhar a processos?! Eu trabalhava pela liberdade, e havia de olhar as armas com que combatia a tirania?! O anarquista estúpido, que atira bombas e dá tiros, bem sabe que mata, e bem sabe que as suas doutrinas não incluem a pena de morte. Ataca uma imoralidade com um crime, porque acha que essa imoralidade pede um crime para se destruir. Ele é estúpido quanto ao processo, porque, como já lhe mostrei, esse processo é errado e contraproducente como processo anarquista; agora quanto à moral do processo ele é inteligente. Ora o meu processo estava certo, e eu servia-me legitimamente, como anarquista, de todos os meios para enriquecer. Hoje realizei o meu limitado sonho de anarquista prático e lúcido. Sou livre. Faço o que quero, dentro, é claro, do que é possível fazer. O meu lema de anarquista era a liberdade; pois bem, tenho a liberdade, a liberdade que, por enquanto, na nossa sociedade imperfeita, é possível ter. Quis combater as forças sociais; combati-as, e, o que é mais, venci-as.''


-O banqueiro anarquista, Fernando Pessoa

quarta-feira, dezembro 21, 2005

O cancioneiro geral

Quem bem sabe em tudo sabe
E porém daqui concrudo
Que a vós que sabeis tudo
Assolver as questões cabe.
E porém mui de verdade
Peço que esta respondais
Para ver se concertais
Com minha negra vontade.

Ca eu já me vi partir
E também depois chegar
E senti todo o sentir
Do prazer e do pesar.
Mas contudo é de saber
Qual é a vossa concrusão,
Se partir dá mais paixão
Ou chegar maior prazer.




-Fernão da Silveira, Coudel-mor de D. João II

terça-feira, dezembro 20, 2005

Grêmio VS F.C.P. : the atlantic connection

Os Jogadores:



As Cores(*):



(*) como denunciado pelo tom do azul, o grémio é um clube bébé, enquanto o F.C.P. se encontra num estado de maturação superior...


As musas:


segunda-feira, dezembro 19, 2005

Musas:








Lolita...
light of my life, fire of my loins...
My sin,
My soul.






Ah, as imagens e a sua falta de textura...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

The Big Lebowsky:



"... new shit has come to light, man (...) there's a lotta ins, a lotta outs, and a lotta what-have-yous when it comes to fair use."

- Jeff Lebowsky (a.k.a. the dude)

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Big fun:

Há deus;

Há o homem que fala com deus;



Quem controla o homem que fala com deus?


Tu.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Devo humildemente reconhecê-lo, meu caro compatriota, fui sempre um poço de vaidade. Eu, eu, eu, eis o refrão da minha querida vida e que se ouvia em tudo quanto eu dizia. Nunca pude falar senão gabando-me, sobretudo se o fazia com esta ruidosa discrição cujo segredo era meu. É bem verdade que eu sempre vivi livre e poderoso. Simplesmente, sentia-me liberto em relação a todos pela excelente razão que me considerava sem igual. Sempre me julguei mais inteligente do que ninguém, disse-lhe eu, mas também mais sensível e mais destro, atirador de escol, volante inigualável, e melhor amante. Mesmo em domínios onde me era fácil verificar a minha inferioridade, como o ténis, por exemplo, onde eu era apenas um parceiro razoável, era-me difícil não acreditar que, se tivesse tempo para me treinar, eu bateria as primeiras categorias: Não me reconhecia senão superioridade, o que explicava a minha benevolência e a minha serenidade. Quando me ocupava de outrem, era pura condescendência, em plena liberdade, e todo o mérito revertia em meu favor: eu subia um degrau no amor a mim mesmo.
Com algumas outras verdades, descobri a pouco e pouco estas evidências, durante o período que se seguiu à noite de que lhe falei. Não imediatamente, não, nem com grande nitidez. Tive, antes de mais, de recuperar a memória. Gradualmente, fui vendo mais claro, aprendi um pouco do que sabia. Até ali, tinha sido sempre ajudado por uma espantosa faculdade de esquecimento. Esquecia tudo e em primeiro lugar as minhas resoluções. No fundo, nada contava. Guerra, suicídio, amor, miséria, prestava-lhes atenção, é certo, quando as circunstâncias a isso me obrigavam, mas de uma maneira cortês e superficial. Por vezes, fazia menção de me interessar por uma causa estranha à minha vida mais quotidiana. No fundo, porém, eu não participava nela, salvo, é certo, quando a minha liberdade fosse contrariada. Como dizer-lhe? Tudo isso resvalava.


Sim, tudo resvalava por mim.


-A Queda, Albert Camus




segunda-feira, dezembro 12, 2005

A criação de um mártir:

Reacções após a agressão a Soares:

-O Presidente da República, Jorge Sampaio, solidarizou-se hoje com o candidato às eleições presidenciais Mário Soares pelos insultos e pela agressão de que foi alvo, ontem, numa acção de pré-campanha em Barcelos.

-A candidatura de Francisco Louçã a Presidente da República condenou hoje a agressão a Mário Soares, em Barcelos, esperando que "não perturbe o que deve ser o normal desenrolar da campanha".


Epifania:Soares a nadar com os golfinhos, cheio de ranho e sem a placa dentária...Maria Barroso alimentando-o à colherada de Milupa... o bochechas afogado em baba, murmurando "não tenho amigos..."

A eleição está no papo.

Investigação Operacional

Sobre as cadeias de Markov em tempo contínuo:

"O tempo de permanência no estado i é independente do tempo já passado nesse estado.

Esta propriedade é conhecida como propriedade da perda de memória"


É a frieza dos números...

domingo, dezembro 11, 2005

Quaresma resolve



Pessoas que passam a vida para o Quaresma, esperando que o miudo resolva.

Vai chavalo, parte pra cima deles.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Sobre a personalidade do pseudónimo:

"Ernesto, vem do germânico Ernst (honesto) ou Ernust (combate).

A Ernesto é muito fácil seduzir, pois corteja como ninguém. Criativo, é dado a actividades artísticas, onde se realiza com bastante êxito. Porém, é determinado e possui uma grande força de vontade que, aliada ao método e organização que lhe são próprios, lhe trazem a garantia de um conforto material"





"Lady Bracknell: My nephew, you seem to be displaying signs of triviality.

Jack: On the contrary, Aunt Augusta, I’ve now realised for the first time in my life the vital Importance of Being Earnest."



TABLEAU

terça-feira, dezembro 06, 2005

Das Finanças:


" Trata-se de uma fusão absorção quando a empresa absorvente conserva a sua identidade, o seu nome e adquire a totalidade dos activos e passivos da empresa absorvida.
Por sua vez, esta última é liquidada."

-Finanças , Elísio Brandão






A imagem sugere que os gritos do Ernesto chegam a Roma.
Foto tirada por este senhor, que terá a devida recompensa em breve... (vai grémio)

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Pontualidade Verbal:

"Certo político repetia tantas vezes as mesmas palavras ao mesmo ritmo monocórdico que os colegas já acertavam o ponteiro das horas do relógio pela palavra "liberdade" e o dos minutos pela palavra "democracia""


-O Senhor Kraus , Gonçalo M. Tavares

Da bucólica humidade:

.
.
.
Ela: (…) é a minha casa de fazer amor, portanto.

Ele: Pois. (risos)
.
.
.
.
Ele: Também já tive um desses. Um refúgio de amor.
.
.

Ela: E então? Já não tens esse refúgio?
.

Ele: Já não tenho esse amor.










Tá bem assim, criança?

sábado, dezembro 03, 2005

Pagando promessas:

O Tibre, tal como lhe tinha prometido. Este não é precisamente o rio que me havia encomendado; a senhora deixou bem claro que o queria ao pôr do Sol. Ao invés, este foi captado às seis da manhã. Talvez por isso a Ponte degli Angeli esteja vazia.
É um rio antagónico ao seu. Este acorda, o seu adormece.



Um pequeno bónus : um gafanhoto estarrecido, contemplando o Rio.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Da etimologia imaginária:

Pescador:

s. m.,

aquele que pesca;
peixeiro;

adj.,
que pesca;
próprio para pescar.


Pescador:

aquele que pesca dores;

aquele que procura no mar a sua dor.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Do aniversário da morte:

Bernardo Soares, sobre ele próprio:

"...e eu, que odeio a vida com timidez, temo a morte com fascinação."


Ernesto, sobre Bernardo Soares:

"Nunca gostei de vírgulas. Sempre preferi pontos.
E parágrafos:
Dão tempo para pensar."

sábado, novembro 26, 2005

George Best: a queda de um anjo

Dia 24 de Novembro, o ídolo britânico concedeu umas últimas palavras ao IP, onde resumiu brevemente a sua bela carreira. “Eu era o maior”, disse o ex-jogador do Manchester United: “facturava de todas as formas: de cabeça, de pé, de lado, à noite, de dia, onde quer que fosse”. Curiosamente, Best não lidava bem com a pressão “gosto da minha cerveja bem morna e quente” e logo “não marcava penáltis. Penáltis só bebê-los”. Mas isso não o impediu de festejar muitas vitórias com a camisola dos “Red Devils”: “sim sim, festejava muito; Era um jovem muito festivo”. Quando recordado de Eusébio, Best respondeu “Hã?”, referindo-se claramente ao poder de arranque surpreendente demonstrado pelo Pantera Negra. O jogador considerou ainda bem entregue a camisola sete do United, envergada pela jovem estrela Cristiano Ronaldo, que “também gosta de dar festarola aos adeptos”. O “quinto Beatle”, como era carinhosamente chamado pelos amigos do “pub” levantou hoje o copo pela última vez.

Tribunais espelham realidade Portuguesa

Numa tentativa de melhorar a representatividade do país, 97 tribunais foram classificados de deficientes ou de produtividade baixa. A respeito deste assunto, Souto Moura, Procurador-Geral da República, congratulou-se pelo trabalho feito: “As instituições portuguesas têm de reflectir o país em que se inserem; a nojice do nosso sistema judicial é um tributo à democracia! Seremos medíocres até que a Pátria nos indique o contrário!”. Souto Moura espalhou também elogios ao sistema de saúde nacional e à Administração Pública em geral, por “serem os verdadeiros percursores deste movimento democrático e justo”. Um juiz que passava, coçando os genitais escondidos pela toga, pediu mortalhas ao “mano soutinho”, e avisou que ia lá fora, “fazer esse” enquanto o júri se reunia: “não tenho pachorra para esses cotas”, disse o juiz. De liamba em riste, Souto Moura afastava-se, gritando “É a jurisprudência da nação! Nós somos o que o povo for! Alguém tem algo que se trinque, por aí, manos?”

Bloco de Esquerda anuncia vigílias nocturnas do espaço aéreo

Ontem à noite, por todo o país, militantes do Bloco de Esquerda passaram a pente fino os céus portugueses, à cata de aviões da C.I.A. “É fácil encontrá-los, basta sentir o cheiro sujo do capitalismo”, disse Francisco Louçã.
Louçã passou a noite acampado junto ao Aeroporto da Portela, reunido com os seus jovens peões, tocando djambé em acção de protesto contra a violação dos direitos humanos cometidos pelo governo dos Estados Unidos da “plutocracia”, como verbalizou o líder do partido. “Dançamos nus à vista da nossa irmã Lua, uivando contra o sistema”.
Na mesma noite, o núcleo bloquista do Porto comandado por João Teixeira Lopes juntou-se na Serra da Agrela, localidade situada a 10 quilómetros do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com as prostitutas, chulos e bêbados desdentados que povoam aquela localização, “lendo Marx, bebendo tinto e fumando o corpo de Marley; Esta serra será, por hoje, o monte Zion, símbolo da liberdade individual, e némesis da Babilónia americana”, disse Teixeira Lopes, antes de por a tocar um vinil dos “Grateful Dead” e de dar iniciada a manifestação com o já tradicional jogo do gelo.
Por todo o país se avistam jovens dançando folk e decorando à ultima hora as letras de diversas canções de Fausto e José Mário Branco, gritando “O sistema é um problema” e “Estaline é inocente”.
O sucesso da operação levou os dirigentes do Bloco a considerar a criação de um festival de verão, cujo nome provisório é “Adiante”.

Chapitô aposta na formação de políticos:

O Chapitô, escola de formação de palhaços que goza de grande reputação em Portugal, iniciou hoje uma nova etapa, proporcionando uma pós-graduação em ciências políticas. O aluno que complete o curso de palhaço poderá prosseguir assim os seus estudos na área cómica, direccionando-se para um mercado “com mais oportunidades do ponto de vista profissional”, como referiu o Sr. Cardinalli, palhaço que goza de elevada longevidade nesse ramo tão difícil: “Eu próprio estou tentado a revitalizar a minha veia ridícula, ingressando nesse meio recheado de grandes palhaços (…) Estou a pensar em seguir a via autárquica, que é mais prática mas igualmente divertida; a administração central é sedutora, mas é atingível somente por grandes arlequins e sátiros; é um nível de estupidez inalcançável para a minha pessoa”.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Alegres contradições:

In Público, 24/11/05

Público - "(...)Continua a pensar que a sua candidatura faz sentido, que vai mobilizar o eleitorado de esquerda e vencer as eleições numa eventual segunda volta?

Manuel Alegre- "Não se trata só do eleitorado de esquerda. Uma candidatura presidencial dirige-se a todo o eleitorado e os dados mostram que havia espaço e necessidade de uma candidatura como a minha. Claro que sou um homem de esquerda e o meu objectivo é mobilizar a esquerda, mas dirijo-me a todo o eleitorado que se reconhece nos valores da liberdade e da democracia."

Público- "Mas considera que existe algum candidato que não corresponda a esses valores?"

M.A.- "Não. Isso está ultrapassado. São fantasmas e papões que devemos enterrar. Há diferenças na leitura do funcionamento do sistema político, da situação do país, da situação de Portugal no mundo. Há concepções diferentes sobre o que deve ser o papel do Presidente da República. Mas todos os candidatos respeitam os valores democráticos que estão consagrados na Constituição."

quarta-feira, novembro 23, 2005

Furtos diurnos

Carpe diem.

"Confias no incerto amanhã? Entregas
às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
por que esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará
à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar
que me oferece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso."

Nuno Júdice

terça-feira, novembro 22, 2005

Furtos nocturnos


"tenho sido sempre um sonhador irónico, infiel às promessas interiores. Gozei sempre, como outro e estrangeiro, as derrotas dos meus devaneios, assistente casual ao que pensei ser. Nunca dei crença àquilo em que acreditei. Enchi as mãos de areia, chamei-lhe ouro, e abri as mãos dela toda, escorrente. A frase fora a única verdade. Com a frase dita estava tudo feito; o mais era a areia que sempre fora."

- Bernardo Soares, guardador de livros.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Da aventura inaudita a que levou a cabo Dom Ernesto del’Chantre:

“Desta missiva vos comunico que, arrabiado p’los feitos inóspitos que se têm praticado além Doiro, nas terras da ignóbil mouraria, Eu, Dom Ernesto del’Chantre, irei segundo altos desígnios de Deus ressuscitar nesta safada idade do ferro a antiga idade de oiro. Eu sou aquele a quem estão reservadas, entre perigos sem conta, façanhas de truz e as acções mais valorosas e inauditas. Meterei eu no chinelo os Platires, os Tablantes, Olivantes e Tirantes e restante moiraria que reza ao senhor errado. Todas estas coisas juntas e cada uma de per si eram bastantes para difundir o pânico e o assombro no peito do próprio Marte. Assim será justo, então, que cavalgue junto dos meus fiéis escudeiros para impor a ordem em terras onde resiste ainda o invasor: com o menor dos agrados mas com a confiança de quem respira o temor de Sol a Sol e de Lua a Lua, aviso-vos que irei torcer caminho, ainda que passe dias à sede, até à Capital do Império D’El Rei.Descerei as escarpas infernais, ainda que gigantes se atravessem no meu caminho, para ressuscitar os paladinos da Távola Redonda, os doze pares de França e os nove da fama, obrando tais prodígios, proezas e assombros de valor que hão-de emanar o brilho de quanto eles realizaram de mais esplêndido. Ao sexto dia chegarei e ao sétimo repousarei do massacre que irei impor diante vós, oh ignóbeis assassinos da moral! Tremam, porque espalharei entre vós a solidão, as trevas e o murmúrio das folhas! Sem mais demoras me despeço, mas haveis sido avisados! Fujam, porque Dom Ernesto tomará Lisboa!”


Ernesto, El Justo





Tradução:
“Vou passar o fim-de-semana a Lx. Chego no sábado para partir essa merda toda. Ressaco no Domingo, como o senhor.”


Olé.

terça-feira, novembro 15, 2005

Pancada da meia noite...

......Patrocinada por uns shots de uma bebida que afirmava ter 12 anos........

O BICHO

-IRAN COSTA

Quando o vento bater no seu cabelo
Espalha-se a magia pelo o ar
Ele vai te encontrar esperando
Que o destino revela enfim
O segredo que tem pra te contar

Ha tanto tempo que eu te quero no meu lado
Nossos caminhos nao haviam ser cruzado
Meu coraçao bate mais forte que a emoçao que tem você pra mim

Oh oh oh

Aquele grito que era preso na garganta
Se transformou e a nossa vibraçao é tanta
Canta comigo pra dizer a todo o mundo que é assim nosso amor

{Refrain:}
E o Bicho {x2}
Vou te devorar
Crocodilo eu sou
E o Bicho {x2}
Vou te devorarCrocodilo eu sou

Ritmo, falta de:

Bom dia.

A periodicidade errática com que se publica este blog encontra várias justificações; A minha "vida real" é uma delas. Não obstante, o ernesto tem vindo a ser privado de contacto com a comunidade etérea da internet porque o seu modem retirou-se de serviço. Retirou-se sim: " não se conseguiu ligar ao computador remoto porque o modem está retirado ou ocupado", diz a missiva windowsiana. Não deixa de ser paradoxal a resposta do modem, como se de um humano se tratasse, desesperadamente à procura de férias. Escrevo-vos neste momento da Biblioteca Almeida Garrett. Passarei a tarde a estudar numa destas mesas.

P.S.: ando à cata de inspiração. Ajuda, por favor, para o email aí do lado

sexta-feira, novembro 11, 2005

Suicídio em Barcelona, parte III – os espectadores

Várias reacções se sucederam nas mentes da atónita assistência.
Os que abundam em sabedoria, qualidade inversamente proporcional aos anos de vida que carregam consigo, nem sequer questionaram o sucedido. “Um sonho”, pensavam; “nada me fará rejeitar a minha lógica” enquanto enfiavam na bucha uma baguettina catalã.
Os fantasistas aproveitaram para reforçar a já pouco objectiva visão que detinham da vida.
Os intérpretes decifravam a visão, à cata de analogias; o super humano, a capa doirada que esconde a ferrugem, o paradoxal sofrimento da máquina… nada os detia na crítica. Eram brilhantes, sabiam-no.





E Colombo.
Esse observou tudo da outra margem, por entre as árvores. Apontava o dedo para onde sempre apontou – era a sua única certeza. Ninguém lhe registou um comentário sequer.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Suicídio em Barcelona, take 2 : a salvação

Ernesto, absorvido que estava ao contemplar o cruel destino do robô, não mexeu uma palha para o ajudar. Poder-se-á dizer que ficou paralisado com a vontade de C3PO; dir-se-á, tão simplesmente, que se reviu nas suas palavras; outros, menos prosaicos, poderão sugerir que Ernesto se estava nas tintas. Na verdade, ele contemplava o cenário que se lhe propunha: um robô doirado jogava-se sobre a multidão, num desespero tão paradoxalmente humano. Pois.
Entretanto, supõe-se que alguns humanos reais (estirpe cada vez mais rara, composta por carne e osso) não tenham esperado que o sucedido sucedesse, e gritaram por ajuda. As suas preces foram ouvidas : do nada, ou tão simplesmente de Metropolis, apareceu outro ícon para a salvação. Super Homem correu ao salvamento e resgatou C3PO do ar que o separava do chão. E, num milagre, o ícon foi salvado por outro ícon: o imaginário superou-se a si mesmo. Num ponto no céu catalão, foi possível avistar um Homem voador, envolto em cuecas azuis e vermelhas, carregando um robô doirado, que se enferrujava em lágrimas.




E é assim, minha gente: nada é ridículo ao ponto de não poder ser mais ridículo ainda; ou, por outra, a estupidez encontra sempre uma maneira de se superar a si própria.


P.S.:Este fragmento de estupidez baseia-se em fotografias reais, tiradas no museu de cera de Barcelona, ao lado do “bosque das fadas” -a ficção rodeou a realidade.
A estupidez é por conta da casa…

segunda-feira, novembro 07, 2005

Suicídio em Barcelona, take 1 : o desespero




-Bairro Gótico, Barcelona
No topo de um qualquer edifício, desses que povoam a bela e arisca capital da Catalunha, C3PO, conhecido robô, ameacava tirar a sua própria vida. Uma multidão reuniu-se para observar a morte de um ícon; o bravo e admirado cidadão da comunidade robótica desmontar-se-ia todinho, saltando daquele edifício. Num sotaque britânico bem oleado, o sujeito questionava-se sobre o destino que lhe havia reservado a cruel e vil vida.
Ernesto, que se encontrava pelas calles catalãs trauteando uma bem engraçada melodia, registou o discurso do suicida:
"(...)Lucas não seria nada sem mim! Fui EU o ícone de uma geração! Futurista que nem o Almada, o coupé de todos os robôs! O expoente máximo da criação humana! Lucas usou-me... partilhou comigo a sua visão e eu, um inocente robô de elevada estatura mas baixíssimo nível de inteligência emocional, revi-me nos seus sonhos. Lucas disse que eu seria o seu homem-máquina, qual Chaplin em "Tempos Modernos"! O revelador da condição social da ignóbil burguesia! Seria a crítica de Lucas para com os eloquentes literados, cujo léxico é muito, mas cujas ideias são parcas e vazias, esses autómatos-cuspidores-de-chavões! Eu reflectiria os estéreis críticos de Star Wars; EU seria o isco de Lucas! As atenções concentrar-se-iam em mim, para que o filme fosse filmado com a serenidade e tranquilidade necessária... mas ninguém foi capaz de entender a profundidade e crítica social que C3PO adicionou ao filme, uma personagem satírica e incitadora à revolução; eu fui o palhaço sacrificado perante as câmaras, para que Lucas pudesse pintar os seus críticos sobre a forma de C3PO, um robô dourado e vazio, que se apoiava no seu sotaque "cockney" para revestir as suas palavras de legitimidade... E depois deste inglório sacrifício... JAR JAR BINKS, um cavalo-marinho-alienígena-com-um-defeito-na-fala?!?!Um ícon como eu próprio não pode aceitar tal tratamento! A lógica de mercado e a tentativa de abrir o filme a um público mais jovem não me coube como desculpa! Para os ícons há sempre espaço! Assim sendo, despeço-me. Desmontar-me-ei deste mundo. Adeus, caros concidadãos, e que viveis em paz sem a minha eloquência e bom trato".


To be continued...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Estrela (de)cadente

Tendo eu 24 anos e uma adolescência inteiramente compreendida entre 1990 e 2000, essa década vazia à qual faltou certamente uma revolução, foi-me inevitável, em algum ponto perdido da minha vida, ascender aos céus e encarar Deus. Tirar-lhe as medidas. Encher a boca, escarrar-lhe na cara e cair das nuvens como uma estrela decadente.

Portanto:
Que se foda o Ian Curtis.
Que se foda o James Dean.
Que se foda o John Lennon.
Que se foda o Jim Morisson.

Tenho os meus próprios ídolos, pelos quais me sinto responsável. E este em especial não seria nada, não fosse a minha memória.



A prova é que, anos depois, o “Nevermind” faz mais sentido que nunca.
Porque resistiu a modas, estilos e ao meu próprio crescimento e maturidade.
Porque foi feito para mim, mas lançado quando eu menos esperava.


Se não fosse ele, gritar não faria sentido nenhum.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Indução

-Numa casa de banho:

Uma pilha de livros ladeava a retrete.
No topo da dórica construção, "obstipação crónica - diagnóstico e terapêutica".





Mais um post de merda.

terça-feira, novembro 01, 2005

Oh sim, oh sim.

Oh sim, oh sim, oh sim, oh sim.

Oh sim, simsim.

Finalmente!
O meu corpo ostenta as marcas do crescimento!
A maturidade revela-se no físico!
A sapiência colora-me os traços!


!!O meu primeiro cabelo branco!!!!




P.S.: Paradoxalmente, chego à conclusão que o aparecimento deste sinal de velhice apenas contribuiu para um ataque de infantilidade.

segunda-feira, outubro 31, 2005

O Dragão de Borges

Os Dragões são de uma puerilidade assinalável.
Bestas enormes, que servem simplesmente para assinalar a infantilidade de uma história.

É triste, o destino de alguns monstros.
Grandes lagartos, expelindo fogo para as crianças.

domingo, outubro 30, 2005

Melhor post de sempre:

No pasquim do Mimas, esse Wiki-Freak.


aqui.

Wiked.

sábado, outubro 29, 2005

"Chegaram a trote, e encheram prados imensos com a sua beleza. Darwin afagou o pescoço de um gentil Cavalo; gabou a nobreza da sua passada. Mas avisou-o que o futuro não se avizinhava brilhante: o Homem, próxima espécie dominante, subjugaria os Cavalos, fazendo-se carregar às suas costas. A comoção instalou-se nos animais. Imediatamente, os mais medrosos fizeram-se de estúpidos; achavam que a sua burrice os tornaria inúteis aos olhos humanos. Darwin não evitou um sorriso, e fez-lhes notar o falhanço da sua opção: “Os Burros carregarão muito mais do que um Homem”."


-Karl, O Checo, 1996

quinta-feira, outubro 27, 2005

"Decidido a diferenciar o Homem da Mulher, Darwin tracejou-os de forma diferente. No final do laborioso processo, pareceu-lhe mais penosa a existência Dela. Presenteou-a com uma criança para cuidar e tratar. O Homem já se tinha afastado faz muito, brincando com os seus genitais hidráulicos."

-Karl, o checo, 1997

segunda-feira, outubro 24, 2005


Necrologia mural, Sardenha
ai sim?

Um Sol sardo, a caminho da Sic�lia.
ai sim?

Etna.
ai sim?

Etna.
ai sim?

sexta-feira, outubro 21, 2005





Palermo Sicília




Mercado em Palermo




Pois é.
Palermo, na ilha referenciada anteriormente




Adivinhem...
PALERMO, capital da SÍCILIA




ADIVINHEM.

terça-feira, outubro 18, 2005

Photoblog




Ainda em Siracusa, Sicília.



... este pasquim corre o sério risco de se tornar num photoblog durante a próxima temporada...





...fotos fresquinhas!











segunda-feira, outubro 17, 2005

Bella Itália

A permanência da Itália na União legitimiza as pretensões de entrada da Turquia no sistema europeu. Notícias como esta provam que, a existirem diferenças entre os dois países, elas serão entre os direitos humanos que eles violam, e não porque a Turquia é má e a Itália, como país europeu, é boa, segundo uma lógica centrada nos valores ocidentais.

Em Itália não existe liberdade de expressão nem existe cultura de produção; existe a cultura da imagem, para a qual muito contribui a Ferrari, a Fiat e agiotas como Romano Prodi, que têm ligações provadas com a Máfia, através do qual ela estende as suas influências até às instituições europeias.
A televisão privada é controlada por Berlusconi o empresário; os canais públicos controlados por Berlusconi, o primeiro ministro. E se tudo correr mal, Berlusconi o adepto, pode sempre atribuir as culpas ao Milan.

Liberdade de expressão?A diferença entre a ditadura de Fidel e a de Sílvio é a barba e os cremes faciais. ( pronto, perdi as estribeiras e a razão mas não me contive; a frase resulta)

Sorrio quando vejo o José Manuel Barroso na T.V. , sustentando o embargo imposto a Cuba pelo "atropelo dos direitos humanos" a que se assiste nesse país. A verdade é que Cuba não é um mercado apetecível; é pequeno, com pouco dinheiro disponível para o consumo (leia-se importação) e população instruída.


Milão deveria proclamar a independência e fundir fronteiras com a Suiça.

Quanto à cultura:
Caravaggio nunca foi europeu, nem Da vinci. A cultura é mundial e permanece.

domingo, outubro 16, 2005

Domingo


ai sim?

Siracusa, Sicília.
Perché anche i mafiosi si fanno il bagno.

sexta-feira, outubro 14, 2005

"O Céu cai-lhe em cima da cabeça"

Guilty pleasures aqui do "je": Astérix e Lucky luke.

É verdade. E queria desde já deixar aqui os meus comentários (de geek) sobre o novo livro do pequeno herói gaulês, de nome "O céu cai-lhe em cima da cabeça":

1- Goscinny morreu. O Astérix devia ter sido sepultado com ele;

2-...mas Uderzo vive. E as boas ilustrações também, felizmente;

3- As novas personagens do livro são terríveis:
3.1- Um cruzamento entre o teletubbie roxo ( o gay) e o rato mickey, vindo do espaço. Pura verdade. O seu nome é TUNE,é um espécime de uma raça alienígena chamada WENDYSITAL, um anagrama de Walt Disney -num claro gesto de apreço a esse "famoso e prodigioso druida", como o descreve Uderzo. TUNE dispõe, na sua fileira de peões-prontos-para-o-combate, de um exército interminável de super(es) homen(s) para combater o seu arqui-rival, aqui personificado em 3.2;

3.2- uma mutação genética entre uma sardinha e uma barata, também ele vindo do espaço, membro de uma espécie chamada NAGMA (novo anagrama? num sei...), cujos subalternos-fodidos-para-a-porrada são ratos-robô com o título de TOTO-RATOS.

(faço aqui uma pequena pausa, para retemperar a paciência. Nada do que foi descrito aqui em 3.1 e 3.2 foi alterado com intuitos duvidosos, e tão normais na carreira deste blog. É uma crítica positiva, não normativa, exceptuando a parte do "fodidos-para-a-porrada"; confirmem no livro, por favor)

4-O "Assurancetourix", desde que o Astérix passou a ser publicado pela ASA, passou a chamar-se "Cacofonix";

5- O "Abraracourcix", na mesma lógica do comentário 4, foi rebaptizado de "Matasétix";

6- O "Cetautomatix" chama-se agora "Automatix". O "Ordralfabetix" responde ao nome de "Ordemalfabetix";

7-O argumento é decifrável, certo. Mas em nada iguala a cadência e originalidade das produções de Goscinny, cujos textos tinham sempre um "toque" de realidade, uma aproximação da BD à vida quotidiana: na relação fraterna entre Astérix e Obelix, no retrato do orgulho francês, da arrogância bretã, nos indecifráveis egípcios, nos pequenos e irrascíveis lusitanos, da mente solitária mas justa de César, na sabedoria de Panoramix, na prepotência machista de Abraracourcix...
Neste volume, Ásterix e Obelix não se conhecem. Mal se tratam pelos nomes e não se identificam um com o outro, sente-se. Panoramix não os guia, limita-se a aturá-los. E Abraracourcix já não se sente seguro de si como líder - é um autarca gordo e estúpido, um cobarde político que não renunciou ao trono porque não encontrou um herdeiro à altura. (um pouco como Mário Soares, cuja credibilidade como líder já se esgotou);

8- Os Romanos só levam porrada duas vezes!;

9- Fala-se de clones! De clones, no Ásterix! Um dia põem-no abordo do "Millenium Falcon"!;

10- Irrita-me ver os clássicos a serem corrompidos desta VIL forma! Ainda por cima pelo próprio Uderzo!!!;

11- Paguei o livro em Euros e não em Escudos e .......e..........mas.........mas...................;


13-Oh.Não passas de um velho do Restelo. Pagaste o livro em euros... Vives no século passado, não;

12- Vai mas é ler o Quixote. Sacana.

O prepotente e o messenger:

Grava todas as janelas de conversação;
Não gosta de desperdiçar palavras com a sua malta.

quinta-feira, outubro 13, 2005

frustrados e portas deslizantes.

...Ele pára. Encara a porta de forma ameaçadora.
Um passo e ela abre-se toda, submissa.

Um arrepio de poder.





-------News Flash----------
Harold Pinter, Nobel da literatura.
Aqui, na Wiki , e nesse blog potentíssimo que é o "Insónia".

terça-feira, outubro 11, 2005

Portugal dos pequeninos

...Dos eclipses pequeninos, das tempestades pequeninas, dos secretários gerais pequerruchos, dos cafés curtinhos, das mentes pequeninas, dos subsídios pequenitos, dos pouquinhos dos fundos, da pouquinha da vontade, da visão curtinha e míope, dos pequenos choques, das piquenas falcatruas que não ofendem ninguém, dos telemóveis cada vez mais pequenos, do pequeno ecrãn...

Não percebo como sobrevivem as grandes superfícies.







Acho que nos falta um bocadinho assim.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Cliché



O objecto mais fotografado da invicta, enquadrado nas lentes de mais um amador. Eu.


Já está mais que vista, a casa. É um cliché fotográfico.
Mas a força dos clichés provém da sua repetição. Quanto mais chato e repetitivo for, melhor resulta.


Peço desculpa pelo óbvio.

domingo, outubro 09, 2005

A selecção natural

Só os mais fortes sobrevivem.
E se o cimento manda, a natureza adapta-se.
Crescem-lhe raízes em betão.


É difícil ser árvore, hoje em dia.