quarta-feira, agosto 31, 2005
A Catarse
A minha experiência catártica, bem expressa no post anterior, não chegou ao fim. No entanto, na tentativa de corrigir a minha personalidade, não fugirei do Ernesto como o Diabo foge da Cruz.
Sendo eu uma personagem bastante obcecada com o que me cai no gôto (entenda-se gosto), tenho a tendência de cortar com os episódios anteriores da minha vida para iniciar os novos; quando faço uma escolha tendo a romper com todas as outras que fiz anteriormente.
Desta forma, consigo traçar um comportamento compulsivo no meu passado, o de subdividir o meu percurso em episódios: primeiro isto; depois isso acaba, e vem aquilo; primeiro este amigo, esta opção, e só depois, para me libertar de tempo e consciência (e só depois disso), virá aquilo.
Pois bem, este processo carece de lógica e de saúde mental.
Assim sendo, Ernesto não morrerá. Porque não vale a pena ser dramático e achar que vem vida depois da morte, e assim. Pá... isto é só um blog. Let the masturbation continue.
Depois de Ernesto, NADA! PIM!
P.S.: talvez isto não passe de um reflexo Post-mortem, uma espécie de pontapé na atmosfera, dado por um cadáver bem morto e enterrado.
P.S.2: E daí que seja incoerente? Sou adepto de Manuel Alegre, o que me permite defender a morte e continuar a viver. Num país de tristes, porque não um poeta para Rei?
P.S.3: No fundo isto tudo não passou de uma jogada de marketing; Simular a morte para assim renascer das cinzas, qual Fenix flamejante... não?
P.S.4: E para os nossos amigos norte americanos: "Katrina" é a resposta da natureza à não assinatura do protocolo de Kyoto.
P.S.5: Provavelmente esta não será a minha primeira morte, portanto habituem-se à intermitência.
P.S.6: Não sou mal agradecido, sou só um pouco estúpido e egocêntrico.
sábado, agosto 27, 2005
O fim
Ando a perder tempo demais nisto. Nisto e a pensar nisto. Perco tempo, perco ideias, perco a cabeça e arrisco a perder coisas bem mais valiosas. Não vale a pena.
Largo o teclado e volto aos meus cadernitos pretos.
Largo a escrita, tenho muito para ler.
Largo os nicks, vou voltar ao nomes.
Não existe só ar à minha volta.
Noutro dia, talvez.
Adeuzinho.
Insonia
Excesso de vigília, incapacidade de começar a dormir ou de manter o sono. A insônia não é considerada doença, mas consequência de algum problema ou enfermidade mais grave.
Pois é. Não conseguindo materializar o meu sono, fui procurá-lo à net... em http://www.sono.org.br/
Já dava para fazer download dessa m#*&a, não?
Oh. Dormir é para meninas. Eu cá não alinho nisso.
quinta-feira, agosto 25, 2005
Evolução
A mudança é imprescindível, e agora é o momento. Faça-se luz sobre os governadores desta capitania da Europa; crie-se uma nova marca, um novo Portugal, que reflicta dinâmica, juventude, irreverência, sentido de oportunidade. Deixemos de lado esta pobre imagem, que nos obriga a importar cultura dos states.
(um)A sugestão:
Renove-se o hino. Que jovem português tem gosto em ouvir o seu hino nacional (fora o emigrante a caminho de casa e o adepto da selecção nacional de futebol)? É preciso prestar atenção às tendências do mercado, é preciso sensibilizar esta nova geração de utentes da pátria para o prazer de se sentir português!
Chame-se esse perito em reciclar hits antigos, esse restaurador de sonoridades, esse mago musical que é o Crazy frog! Quem mais para levar a cabo tamanha tarefa? Quem mais é capaz de dar novo alento a temas obsoletos, como "pump the jam" ou "Axel Foley"? Porque não aumentar ligeiramente o tempo do nosso hino, inserindo uns "ah, yeah" por entre os heróis do mar e o nobre povo? Que beleza é, ouvir o sapo gritando "ding ding" por entre as músicas, que delicada e subtil é a sua voz!
E mais! Para além de atingir um novo público alvo, este remake deixa em aberto a possibilidade de editar uns quantos cd's todos os verões ( Dance Frog Portugal 2006, Frog mania 2007, por exemplo) , e de absorver uns quantos euros no mercado dos toques polifónicos. Que belo! Uma nova imagem para o país e ainda uma nova forma de investimento público!
quarta-feira, agosto 24, 2005
Em conclusão
"Quand on est dans la merde jusqu’au cou, il ne reste plus qu’à chanter"
Quando a merda chega até ao pescoço, só resta cantar...
segunda-feira, agosto 22, 2005
La Belle epoque
Se vamos arder, como a Roma de Nero, desatemos em orgias de sons e sentidos, de comida, de decadência pré-trágica. Toquemos Harpa enquanto o fogo nos consome.
Se vamos sucumbir ao pessimismo, ao menos vivamos a nossa Belle epoque, vivamos a era do fútil e das preocupações estéticas, entreguemo-nos aos poetas e aos cabarets, tornemo-nos a luz cintilante dos casinos e do entretenimento.
Se não cumprimos os nossos compromissos com a Europa, ao menos gastemos o dinheiro deles em festas, a beber e a comer, criemos um subsídio para o bon vivant , chulemos o sistema até sermos devorados por ele; gastemos os fundos comunitários como gastamos o ouro do Brasil há séculos atrás, como se o metal não tivesse fim.
Que o campeonato de futebol seja ganho pelos três grandes, que o Alberto João seja Presidente da República, que as companhias de vinho sejam nacionalizadas e que o seu fruto seja distribuído livremente ao povo; que se façam festins de sardinhas, que se importe caviar e Chandon, que se distribua um maço de cigarros a cada habitante, por dia; que as serpentinas rolem por todas as valetas,que as muchas decorem todas as montras, que os cafés estejam cheios de gente e de absinto.
Morramos de cancro, morramos de cirrose, morramos de alegria e de excessos, de doenças venéreas; resgatemos a sífilis e a peste negra aos poços da terra.
Assim, quando nos vierem cobrar, estaremos ou mortos ou demasiado bêbados para prestar contas.
sábado, agosto 20, 2005
Xarãã
1.Uma descoberta fantástica, a do Portal literal, com entrevistas a Salman Rushdie, Gonçalo Tavares, textos por Rubem Fonseca, e.t.c.
2.Outra descoberta fantástica, o Lucho González no F.C.P. Aquilo é que é grande jogador; viva a carne argentina!
3.Nunca deixar de passar pelo blog do Carlos, que só perde em beleza para a cidade que ele tenta representar (que por acaso tb é a minha)
4.Ah, e o candidato à junta de freguesia de Leça do Balio (freguesia de Matosinhos, Porto) pelo PSD, dá pelo nome de ........Arnaldo Tasca. O Sr. Tasca tem outdoors espalhados um pouco por todo o lado nessa bela localidade, encontrando-se um deles ao lado do Mosteiro de Leça do Balio, ex-libris da História Portuguesa.
O clash, o confronto, a infame LUTA entre essas duas potências visuais é brutal! De um lado a imponência do Mosteiro, de pedra firme e fria; de outro lado a frescura, a cândida leveza e entusiasmo pré-eleitoral do Sr. Tasca. Imperdível.
Ó pra eles:
Mas atenção, o Arnaldo não tem culpa de ser Tasca.
No fundo, Arnaldo É tudo aquilo que os outros(*) gostam: Tasca.
(*) presidentes da junta
sexta-feira, agosto 19, 2005
Em resumo
Paredes de Coura, dia 17 :
Hot hot heat; sou fã. "Make up the breakdown" é um bom album de pop-rock despretencioso, que fala de raparigas, viagens à downtown, em que todas as músicas são candidatas a single; ouve-se o album em 33/34 minutos (a fórmula punk, do single de 3 minutos é escrupulosamente respeitada) de uma ponta à outra com um sorriso nos lábios.
O concerto? não vi.....:-) a cerveja foi mais forte, infelizmente... mas não quero falar nisso.....
Arcade Fire: pá.....estilo.... Meatloaf Vs música celta Vs Kelly Family.............. passando à frente...........
(por esta altura estava a dizer mal dos 40euros que tinha investido nesta incursão musical; tinha falhado uma banda que queria ver, tinha visto uma banda que não queria, a cerveja já tinha acabado...)
Até que chegaram os The Roots, que eu, na minha santa ignorância, classifiquei como "um grupo de hip-hop piroso", que "está mal enquadrado no festival, porque hoje só dá Rock!".
Pois é... Felizmente engoli estas observações quando me deparei com uma performance fantástica, com a mais valia de ser completamente inesperada: funk, hip-hop, blues, rock, pop, o melhor solo de baixo que eu já ouvi, uma cultura musical impressionante, dedicação, entendimento com o público, maturidade e uma inteligência em palco muito acima da média; sabiam que estavam ali para agradar a rockeiros, fãs dos Queens e dos Pixies, e optaram pelo uso da guitarra, dos solos (de TODOS os músicos),e pelos rifs de antigas glórias, como os Led Zeppelin. Muito bom; foi o melhor concerto da noite, a meu ver.
Os Queens of the Stone Age deram o espéctaculo que se esperava; Rock, puro, duro, sólido, com uma precisão germânica, sem deixar arrefecer a mosh. Josh Homme encanta em palco, com os seus movimentos pélvicos de impressionante amplitude, e o seu já famoso estilo à Elvis. Parece o Nicolas Cage, versão Rock. Um bom concerto, dado por músicos fantásticos; menção honrosa para o baterista Alfredo Hernandez, pela velocidade, precisão e endurance, simplesmente fantásticas.
O ritmo do concerto é avassalador. Nunca vi uma banda com o mesmo speed e precisão destes tipos(exceptuando os QOTSA de há dois anos atrás :-)). Porém, duas músicas bastam para que nos habituemos àquela velocidade, e depois é como entrar em velocidade cruzeiro;na minha opinião, eles precisam de arrefecer, para bem do público; fariam bem em apostar mais na progressividade do seu som, para estimular a orelha do ouvinte. São os melhores no que fazem, mas precisam de melhorar a sua noção de foreplay musical, acariciando o tímpano, antes de o desfazerem em bocados...
Nick Oliveri faz falta a esta banda. Pena que não tenha ido.
Ah, e acho que os queen se tornariam uma banda muito mais acessível se reduzissem o tempo médio das suas músicas para os 4 minutos. Pá, se é rápido, que seja intenso, e para isso é que serve o single.
Os Pixies; o concerto previsto. Um line up que não podia falhar, ainda por cima com um público que antecipava a voz de Frank, só com um simples ruído da guitarra de Joey Santiago. "Wave of mutilation", "in heaven", para abrir as hostes... o que é que se pode dizer... "where is my mind" foi a terceira..... confesso que dei sinais de fraqueza nesta parte, parecia uma babe... mas tudo se compôs. O punk voltou, os erros sucediam-se, a guitarra do Frank estava desafinada, a Kim esboçava umas palavras em português, os singles não tinham fim.
Não houve uma música, uma só, que o público não soubesse cantar. Impressionante. E não era só o refrão, eram as incursões no espanhol californiano de Black, era o acelerar e congelar do grito do vocalista... tudo.
Houve um encore, de uma só música.... "Gigantic". Mas notou-se o desconforto em voltar ao palco.
Não interessa. Foi um concerto mediano para muitos. Para mim, mágico. Foi o completar de uma das minhas maiores ambições musicais. Eu já vi Pixies!!! Yeah! Só falta Soundgarden e Nirvana para completar a minha tríade-maravilha dos 90's! (já vi radiohead, duhh...)
terça-feira, agosto 16, 2005
Today's Special:
-The world of Klezmer, vários
-Live at Minneapolis, Pixies
-Summer of love sessions, Jimi Hendrix
-War ina babylon, Max Romeo and the Upsetters
-Locus Solus, John Zorn
-Mocidade, Joseph Conrad
-A canção de amor de J. Alfred Prufrock, T.S. Eliot
Vagueando pela Net, encontrei vestígios do meu passado; As aventuras de Tarã e o caldeirão mágico , o melhor filme de animação de sempre (?) , que eu pensava ter perdido para o esquecimento;
Vi-o com 5 anos de idade, no Nun'Alvares. Intenso. Anseio por vê-lo novamente...... será uma simples tara ou o filme é mesmo bom? É que não o vejo desde a primeira vez.
Pixies
Quarta-feira, em Paredes de Coura.
Black Francis, o barulho, as letras sobre o espaço, o pop, o sexo, o riff, Joey Santiago, espirais de barulho, os conflitos com Kim Deal, a 4AD, a música directa, Surfer rosa, Doolittle, David Lovering, e a estúpida designação de "indie", para classificar música que só eles conseguem fazer.
Francis, Kim, Joey e David, juntos outra vez. Por razões menos românticas, certo, como o comprova o Best of e o DVD, rentabilizando a fama que não os largou. Os fãs não são os mesmos; anos atrás eram jovens, hoje são os "novos velhos", que não podem deixar passar a oportunidade de ver a banda que lhes acompanhou o walkman nos 90.
Não espero muito deste concerto; não espero dinâmica entre o grupo, não espero entertainers, encores, ou line-ups especiais. O público que não conhecer a obra da banda não vai gostar. Vão ver um mau concerto.
Eu? Vou posicionar o meu queixo num ângulo que me permita visionar bem o placo, mas vou fechar os olhos inúmeras vezes, a cantar todas as músicas só para mim, e lembrar-me da melhor banda de rock do mundo. Que não é bem esta, mas era de uns tipos parecidos. Um pouco mais novos.
Mas primeiro tenho de comprar o bilhete.
Ciao.
quinta-feira, agosto 11, 2005
Como o Inimigo comeu o Público
Ok, o mundo não funciona bem assim. Alguns mundos, talvez. Mas a verdade é que os MST's e os VPV's assinam textos entusiasmantes, que excitam os leitores. Provocam reacções, favoráveis ou não, com o uso da sempre-amada-e-fácil-de-utilizar chalaça inteligente. Nada contra esse interessante recurso de estilo (para quando a sua inclusão nos manuais de Português?); o Ernesto (na terceira pessoa, como o Jardel) sempre foi apreciador desse tipo de brincadeira irónica.
Mas a ironia é O recurso mais perigoso da escrita ( e da vida). É àcido, é corrosivo, e atira sem discriminação. No seu uso, nunca se levanta mais do que a ponta do véu, de forma a estimular diversas interpretações, e assim permitindo ao escritor o refúgio na subjectividade. Para mim, é o grande princípio do humor, e contagia como nenhum outro; Não só contagia os leitores, como os próprios colegas de escrita.
Com a grande explosão do humor em Portugal (materializada na stand up comedy, mas preparada durante muitos anos por esses trend-setters que são os cronistas cómicos), a ironia anda aí como nunca, pairando pelos textos dessa nova geração de chalaçistas incríveis; os do restelo, aqueles que ficam a ver a partida das naves, dirão que o Solnado é que era. Mas nunca se assistiu a um movimento tão forte; forte o suficiente para tomar conta de um jornal como o Público.
O Inimigo Público tem óptimos escritores, que cobiçam eles próprios a posição de cronista; os textos são engraçados e inteligentes; a produção é tão intensa que se criou a versão light do produto, de forma a incluí-lo mais vezes no jornal. É de tal forma forte, que a chalaça inteligente foi tornada a opção editorial do jornal inteiro. É pá, e tal, os gajos são mesmo bons, têm mesmo piada. Aquele jornal... ha!
Senhores J's do P. : Um jornal não é um blog. O Público não é o Inimigo, apesar do Inimigo ser do Público. Não confinem a vossa audiência a uma minoria pseudo-culta, que acha piada aos vossos comentários satíricos. O "gag jornalístico" é porreiro, mas para isso é que existem os blogs, vá. Aqui é que se podem mandar bitaites. estamos entendidos? hein?
Ou então, incluam no rodapé do vosso folheto que o "Público é um jornal satírico, sendo o seu conteúdo puramente ficcional".
Mas Portugal nunca foi um país tão engraçado.
terça-feira, agosto 09, 2005
???
O conjunto de homens não.
As massas erram sempre, porque são conduzidas; como os condutores estão errados, (enquanto condutores, não como homens), todos estamos errados. Mas não eu. Só eu estou certo.
Porquê? Porque o condutor, quando se inteira da sua posição ( de pastor, de redentor, de tudo), despe a sua Humanidade; Quando o Homem veste o fato de trabalho e se transforma num jornalista, num animal político, num escritor, substitui a sua certeza pela tentativa de acertar; erro.
O Político; o Animal Político age em função da importância do seu gabinete. Vê o seu ministério como uma extensão orgânica do seu pénis; quanto maior, melhor.
Assim, o A.P., enquanto Homem, sabe que o ministério da defesa (por exemplo) deveria ter um menor peso no Orçamento de Estado. Já como político, ele pede mais atenção para si e para o seu cargo, sobreavaliando a sua importância em termos orçamentais. A consequência é o crescimento da máquina estadual, da despesa pública. E do estatuto de A.P. na sociedade, tal como ele desejava.
O Jornalista, é um Homem que acorda de noite para urinar no lavatório porque defende a liberdade de expressão; sonolento, ergue-se de manhã para batalhar pelo direito à informação; uma vez no escritório, J. subjuga-se a uma espécie de ditadura editorial. Conhece o seu editor, e vai tomando o tom que aquele acha mais apropriado para a conduta do jornal; com o tempo, J. irá interiorizar aquele tipo de escrita, confundindo-a com a sua; um dia destes, quando o chefe lhe der uma palmadinha nas costas, pensará que escreve bem.
J. não é mau, J. é ignorante. Não tem culpa, como a maior parte dos americanos.
J. é o estilo de gajo que sabe que o flash danifica o quadro, mas tira a foto na mesma, porque é só mais uma, e pode mostrar à família. Provavelmente, J. rouba pedaços de coral quando mergulha em ilhas paradisíacas.
Falaremos dos J's que trabalham no P. mais tarde.
O escritor balbucia, num tom inaudível para muitos, sobre a motivação do seu trabalho; mas, como perde tempo a escrever, esquece-se de viver, porque a memória tem limite, e as moleskines também. Assim, e's vivem a vida dos outros, e nunca a própria, abdicando de parte da sua Humanidade (o suficiente para deixarem de estar certos, enquanto Homens).
Alimentam-se de histórias de outrem e tornam-se outros ( somos o que comemos). Pode-se falar com eles, brincar com eles, chorar com eles , lê-los e relê-los, mas nunca se pode acreditar n'eles.
Podemos sempre confiar no Homem, mas nunca no que ele faz. Só ele está certo. Mas o que ele faz está sempre errado.
Adoro generalizar. É errado, mas a mim ninguém me ouve...
Ah, e não confiem em mim; eu dispo a minha humanidade e transformo-me no Bloguista.
´
Mas Eu tenho razão.
Sempre um prazer:
segunda-feira, agosto 08, 2005
quarta-feira, agosto 03, 2005
Tresanda a adolescência
Guevara é atraente;tem charme, tem carácter; renega às suas posses, primeiro enquanto filho de classe média, e depois enquanto ministro de Fidel; acreditava nos seus ideais, e bater-se-ia por eles onde fosse preciso; caiu, mas fê-lo em glória, e hoje vendem-se T-shirts com a sua cara na Maluka e na Pull&Bear. Talvez o mesmo destino do Coronel Aureliano Buendia , se este não se tivesse deixado abater tão simplesmente pelo tempo.
Marx é filósofo; Tem barba, é alemão, tem um nome sonante, Karl (KArrrrrrrl), e a sua genialidade produz discursos que os putos traduziram em gritos pelo proletariado; ninguém quer saber do materialismo histórico que tanto apoquenta o seu raciocínio, nem das incoerências do seu pensamento; para o jovem actual, basta pensar num velhote que erguia a sua bengala contra o capital, basta-lhe saber que essa figura Pai-nataliana escreveu "das Kapital" para sentir o apelo do romance.
Fidel, Lenine, Trotsky, Estaline, (pronto, estaline, não), Cunhal, e.t.c. Que personagens fantásticas para um(ns) livro(s). Longe de mim retirar-lhes mérito ou brincar com a sua herança; mas a verdade é que as suas figuras são sedutoras, incrivelmente atraentes.
Para mim, são.
E para tantos outros.
Por isso entendo o jovem de esquerda, que se sente atraído pela figura, e não pela moral; pela bandeira de um partido, que só não foi jogada de Marketing, porque na altura em que foi desenhada não existia esse termo. Quem é Churchill perante o Che?
Apercebendo-se do desequilíbrio da balança, o partido de esquerda (vamos atribuir-lhe o nome aleatório de, digamos..... Bloco) cria a sua máquina de propaganda estimulando medidas mais próximas do Target em questão; o Avante, as bóinas, a barba por fazer,o camarada para aqui, o aborto, a liberalização das drogas, camarada para ali, e vai-se assim misturando assuntos sérios com outros menos sérios, que servem somente de isco para atrair o eleitor do futuro; um eleitor que não tem poder de voto, mas que o terá mais tarde , e acima de tudo, um soldado que faz barulho, que organiza e trabalha em função do grupo, com o tesão de mijo que tão bem caracteriza a adolescência.
Pois é jovens. Não se deixem enganar. Certamente que o tempo não vos deixará entregue ao romance; em breve começarão a viver os vossos, e não precisarão de se apoiarem no dos outros. O populismo também é uma forma de demagogia; O outro otário anda pelas feiras a comer bolo rei, com cara de quem acabou de sair do solário. Mas o vosso Louçã cai na tentação de vos alimentar estas fantasias, sabendo ele muito bem da realidade, não fosse ele um dos melhores do nosso país na àrea de Macroeconomia. Ele sabe que o défice tem de ser controlado; ele também sabe que esse objectivo não é atingível operando somente pela óptica das receitas (impostos); ele sabe que é necessária uma reformulação da Administração Pública, despedindo muita gente; ele quer ser romântico, mas não consegue. No entanto, prefere alimentar-se da cadáveres que ele próprio consumiu na sua juventude, escondendo-se atrás do mito.
Partidos que patrocinam este tipo de outdoors deviam ter vergonha na cara.
A crítica foi ao Bloco, mas é facilmente extensível aos restantes, com motivações diferentes.
Peço desculpa pelo tom estilo "velho do Restelo"
(antes quero ser o velho do restelo/ do que um fascista sem cabelo, in estupidez gananciosa Porra, que texto mal escrito, parcial e sem sentido.
Bem. Vou de férias (outra vez? este tipo está sempre de férias!!), andar de bicicleta pelo nosso Alentejo. Vemo-nos por aí, se encontrar algum Net point pelo meio dos sobreiros e do sol. Ci vediamo.
segunda-feira, agosto 01, 2005
Promessas
Da próxima é que é.
Mas para já deixem-me deambular pelo mau gosto, deixem-me cometer o erro de encher este "espaço" de porcaria, de olhos gigantescos, de inquéritos sem sentido. Vá. O gosto pelo minimalismo não nasce, tem de ser estimulado. Entretanto, têm de gramar com coisas destas.
E já agora, muito obrigado...