História de uma viagem sem história. Vigo nao se vê, prevê-se; é sempre igual, sempre vazia. Assemelha-se a um purgatório inevitável, antes da chegada á Catalunha. Desta vez sao seis horas que tenho de matar por lá. Se ainda fosse adepto da siesta, desse hábito de mandar passear o tempo entre o meio do dia e as 16h... mas os bancos da estaçao sao (propositadamente) desconfortáveis, e impoe-se aquela volta de reconhecimento. Ponderei ir até ao Corte Inglés, a maior atracçao turística lá do sítio, mas voltar a Portugal nao me parecia uma boa opçao naquela altura...
Para o cúmulo de uma recepçao inglória, começou a chover brutalmente.
E vingei-me. Matei-o. "Adeus Hemmingway", de Leonardo Padura Fuentes, foi a vítima. A ler, mas nem tanto... bom para hemmingwayanos inveterados. Um ciclo vicioso estilo "A filha da putice fomenta a genialidade, que é fruto da frustraçao, que alimenta a filha da putice", é o que o autor prega sobre o americano. Mas sempre numa cadência "bem-me-quer, mal-me-quer"; gosto tanto dele, mesmo sendo um idiota.
Seis horas depois, o comboio para barcelona. Entrei mais cedo. O plano consistia em imitar a viagem do conde Vlad Dracul, desde a sua Transylvania natal, até à abadia londrina que o hospedou por tempos; num caixao, sem me mexer, por 17h. Só a minha sede por sangue me obrigaria a mover do meu leito. Um obstáculo: a bexiga. Na ausência de uma bexiga vampirística, fui obrigado a ceder e a urinar como um monstro. Mas cedo voltei à minha gruta. Leyendo Kerouac e escuchando "the darkside of the moon". Ah. Nosferatu nao teve direito a um discman.
Fotos???????? em breve... talvez em Roma.
Ci vediamo
quarta-feira, junho 29, 2005
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1 comentário:
cá espero pelas fotografias!:)boa viagem!
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