In Público:
PS entrega projecto de resolução para novo referendo sobre o aborto
"O primeiro-ministro e secretário-geral socialista, José Sócrates, considera que este é “o momento para se fazer um novo referendo", sublinhando que esta "é uma questão de honra" para o partido.Alberto Martins recusou-se a apontar uma data para a realização do segundo referendo sobre aborto (o primeiro foi em 1998), alegando tratar-se de "uma competência do Presidente da República", Jorge Sampaio. No entanto, acrescentou que o PS espera que o referendo seja marcado para "um período antes das eleições para a Presidência da República", que estão previstas para Janeiro de 2006.Interrogado sobre a razoabilidade de um referendo entre as eleições autárquicas de 9 de Outubro e as eleições para a Presidência da República, o líder parlamentar do PS procurou desdramatizar a questão, defendendo que "o mesmo acontece em outras democracias no mundo". Para José Sócrates, este "é o momento para se fazer um novo referendo" sobre a despenalização do aborto. "Eu compreendo que a oposição não queira, mas acho que este é o momento para se fazer um novo referendo", declarou aos jornalistas, à entrada para a reunião do grupo parlamentar socialista.O dirigente socialista diz que esta "é uma questão de honra e de convicção para o PS”. “Não é uma matéria de oportunismo político. Não olhámos para o calendário verificando qual seria o momento mais oportuno para o PS", sustentou, defendendo que "há um consenso suficiente na sociedade portuguesa para que as mulheres que fazem uma Interrupção Voluntária da Gravidez não sejam criminalizadas, não sejam levadas a tribunal"."
A institucionalização da hipocrisia.
Se "é uma questão de honra", José Sócrates, Primeiro Ministro eleito democraticamente pelos Portugueses, deverá ser fiel às suas convicções e ter confiança em si próprio, confiança essa que lhe foi dada pelos eleitores ; a honra mede-se no confronto com os compromissos e não estimulando referendos dúbios e de nehum carácter vinculativo; é bom manter o contacto com a vontade do eleitorado, mas as decisões são para ser tomadas, quaisquer que sejam as consequências. Especialmente quando a "honra" está envolvida.
""um período antes das eleições para a Presidência da República", que estão previstas para Janeiro de 2006"
Talvez dê jeito o desviar de atenção para esta situação, retirando importância a outra eleição em Janeiro, cujas sondagens têm sido desfavoráveis ao PS; talvez estejam a tentar captar o eleitorado de esquerda, com uma medida radical, tal como Soares atacou os americanos, numa estratégia à Freitas do Amaral.
Pessoalmente, sugiro a Sócrates que estimule o apoio ao referendo, porque assim capta votos à esquerda, mas sem dizer que é claramente a favor, ou arrisca-se a perder votos à direita. Também sugiro a formulação de um refendo confuso e insatisfatório, fazendo render assim o peixe ao PS e ao Bloco; o PS mantém-se honrado, ainda que tenha proporcionado um referendo estéril e despropositado; o Bloco ganha tempo de antena, uma vez que a pasta do aborto representa um terço do programa eleitoral bloquista. E o Bloco é importante, para oferecer os votos a Mário Soares, lá mais para a frente.
O líder parlamentar do PS procurou desdramatizar a questão, defendendo que "o mesmo acontece em outras democracias no mundo", que é o mesmo que dizer “eles também fazem, porque é que a gente não pode?”; uma estratégia madura e sólida usada por parte dos socialistas, que são antigos adeptos deste tipo de argumentação, já desde… crianças.
“ há um consenso suficiente na sociedade portuguesa para que as mulheres que fazem uma Interrupção Voluntária da Gravidez não sejam criminalizadas, não sejam levadas a tribunal".
Pois, então se existe, porque fazer um referendo? Para aproveitar fundos europeus?
“Eu compreendo que a oposição não queira”, e eu aposto que o jornalista não lhe perguntou isto, mas a demagogia já lhe está no sangue... o tipo treinou tanto tempo para ser político, que ser populista já não é uma opção.
“Não é uma matéria de oportunismo político. Não olhámos para o calendário verificando qual seria o momento mais oportuno para o PS". Esta é a minha parte favorita, onde Sócrates, usando recursos de estilo, revela as suas verdadeiras intenções: ora experimentem retirar a partícula negativa "não" às duas afirmações do nosso Primeiro.
Brilhante, engenheiro, brilhante. O subconsciente tem maneiras interessantes de se revelar... mas à imprensa, José?
Épa, a política é cansativa mas muito engraçada.Vejam lá a quantidade de piadas que estes gajos disparam, num artigozito de 300 palavras. E depois perguntam-se porque é que existem tantos humoristas em Portugal.
quinta-feira, setembro 15, 2005
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2 comentários:
Cool site bulgaria property
nõa desfazendo aqui o comentador anterior, muito cómico também, olha, isto é tudo uma pouca vergonha!I rest my case!
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