Ainda há poucos anos se sentava ela num café de Montmartre, qual Fátima oriental, pálida, mas de olhar ainda ardente.
Era o erotismo que comandava todo o corpo e o domava, com génio, a todas as formas de desejo. Era indecente, confesso. Era como fazer amor com ela em publico, no café, na rua, diante de toda a gente.
Por vezes na rua seguindo-a sem ela saber, pude ver que até os garotos a perseguiam. Os homens seguiam-na antes mesmo de lhe terem visto a cara.
Era como se deixasse passar um cheiro animal.
Ao andar, deixava atrás de si um fino rasto de sémen, através do qual podia segui-la facilmente para onde quer que fosse.
(Anais Nin, Little birds 1979)
segunda-feira, julho 09, 2007
Bijou, a rainha das putas
sábado, junho 30, 2007
Into the light
Deste belo site, a saída do famoso tunel de Monaco no Grand Prix de 1933.
Numa das grandes batalhas da História do automobilismo, o grande Achille Varzi no Bugatti T51 bate o ainda maior (mas azarento nesse dia) Tazio Nuvolari no Alfa Romeo Monza.
Numa das grandes batalhas da História do automobilismo, o grande Achille Varzi no Bugatti T51 bate o ainda maior (mas azarento nesse dia) Tazio Nuvolari no Alfa Romeo Monza.
sábado, junho 23, 2007
Alvor
Faz uma pausa de alguns instantes, o olhar perdido no vago, o rosto impenetrável, e interroga-se “porque motivo a morte sobrevém ao alvorecer, assim como de resto, a maior parte das vezes o nascimento?”
O pai fechara os olhos na altura em que já era quase possível distinguir um fio branco de um fio preto. O mesmo sucedera com a mãe, o tio materno, a tia paterna e muitos dos seus mais íntimos companheiros. E todos aqueles cuja vinda ao mundo ouvira contar, fora ao alvorecer que tinham sido expulsos do seio materno e visto a luz do dia.
Porque razão os exércitos se punham em pé de guerra formando as suas colunas de homens em marcha para a morte, ainda antes dos primeiros clarores?
Como explicar a predilecção dos estrategas por esta hora do dia?
“O alvorecer significa a aproximação da hora em que fim e começo se tocam: a noite acaba e o dia desponta”
(Gamal Ghitany, O apelo do poente, Livros do Brasil 2000, pág. 12)
O pai fechara os olhos na altura em que já era quase possível distinguir um fio branco de um fio preto. O mesmo sucedera com a mãe, o tio materno, a tia paterna e muitos dos seus mais íntimos companheiros. E todos aqueles cuja vinda ao mundo ouvira contar, fora ao alvorecer que tinham sido expulsos do seio materno e visto a luz do dia.
Porque razão os exércitos se punham em pé de guerra formando as suas colunas de homens em marcha para a morte, ainda antes dos primeiros clarores?
Como explicar a predilecção dos estrategas por esta hora do dia?
“O alvorecer significa a aproximação da hora em que fim e começo se tocam: a noite acaba e o dia desponta”
(Gamal Ghitany, O apelo do poente, Livros do Brasil 2000, pág. 12)
terça-feira, junho 19, 2007
segunda-feira, junho 18, 2007
sexta-feira, junho 08, 2007
Twelve steps
1. We admitted we were powerless, that our lives had become unmanageable.
2. Came to believe that a Power greater than ourselves could restore us to sanity.
3. Made a decision to turn our will and our lives over to the care of God as we understood Him.
4. Made a searching and fearless moral inventory of ourselves.
5. Admitted to God, to ourselves, and to another human being the exact nature of our wrongs.
6. Were entirely ready to have God remove all these defects of character.
7. Humbly asked Him to remove our shortcomings.
8. Made a list of all persons we had harmed, and became willing to make amends to them all.
9. Made direct amends to such people wherever possible, except when to do so would injure them or others.
10. Continued to take personal inventory and when we were wrong promptly admitted it.
11. Sought through prayer and meditation to improve our conscious contact with God as we understood Him, praying only for knowledge of His Will for us and the power to carry that out.
12. Having had a spiritual awakening as the result of these steps, we tried to carry this message, and to practice these principles in all our affairs.
sábado, maio 26, 2007
Mais futebol, please
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!
Joga mais
Sua mais
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!
terça-feira, maio 22, 2007
Weekend and tonic, please
quarta-feira, maio 16, 2007
terça-feira, maio 15, 2007
I & Ipod
quarta-feira, maio 09, 2007
terça-feira, maio 01, 2007
Rugby Glory
sexta-feira, abril 20, 2007
Síndrome de Jerusalém
Há uma desordem mental chamada “Síndrome de Jerusalém”: uma pessoa chega, inala o ar puro e maravilhoso da montanha e de repente, inflama-se e pega fogo a uma mesquita, a uma igreja ou a uma sinagoga.
Ou então tira a roupa, sobe a um rochedo e começa a fazer profecias.
Já ninguém escuta.
Mesmo hoje em dia, mesmo na Jerusalém actual, em qualquer fila de autocarro, é provável que surja uma exaltada conferencia na via pública, entre pessoas que não se conhecem de nenhum lado, mas que discutem Politica, Moral, Estratégia, História, Identidade, Religião e as verdadeiras intenções de Deus.
Os participantes nessas conferências, enquanto discutem politica e teologia, o Bem e o Mal, tentam no entanto, abrir caminho à cotovelada até aos primeiros lugares da fila.
Toda a gente grita, ninguém ouve.
Amos Oz, Contra o fanatismo, Público-ASA 2007
Ou então tira a roupa, sobe a um rochedo e começa a fazer profecias.
Já ninguém escuta.
Mesmo hoje em dia, mesmo na Jerusalém actual, em qualquer fila de autocarro, é provável que surja uma exaltada conferencia na via pública, entre pessoas que não se conhecem de nenhum lado, mas que discutem Politica, Moral, Estratégia, História, Identidade, Religião e as verdadeiras intenções de Deus.
Os participantes nessas conferências, enquanto discutem politica e teologia, o Bem e o Mal, tentam no entanto, abrir caminho à cotovelada até aos primeiros lugares da fila.
Toda a gente grita, ninguém ouve.
Amos Oz, Contra o fanatismo, Público-ASA 2007
sábado, abril 14, 2007
Sócrates
Todos viam o seu olhar um tanto insolente e profundo, aqueles olhos escuros e fugidios, reveladores de algum mistério insondável que parecia incompreensível ao comum dos mortais. Olhavam para a sua figura grotesca e fascinante e contudo tão sólida, tão indelével que se assemelhava à de um deus (…)
Todos pareciam extasiados (…) algum influxo olímpico devia abrigar-se no seu espírito.
(Miguel Betanzos)
Todos pareciam extasiados (…) algum influxo olímpico devia abrigar-se no seu espírito.
(Miguel Betanzos)
sexta-feira, abril 13, 2007
Governo pressionou mas não condicionou, dizem PÚBLICO, SIC e RR
Os três directores de órgãos de comunicação social ouvidos esta tarde pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) acerca das alegadas pressões do Governo, a propósito das investigações sobre o percurso do primeiro-ministro na Universidade Independente, concordaram num ponto: houve pressões, mas estas não condicionaram o trabalho dos jornalistas.
Uma reinterpretação do clássico "fumei, mas não inalei".
Os três directores de órgãos de comunicação social ouvidos esta tarde pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) acerca das alegadas pressões do Governo, a propósito das investigações sobre o percurso do primeiro-ministro na Universidade Independente, concordaram num ponto: houve pressões, mas estas não condicionaram o trabalho dos jornalistas.
Uma reinterpretação do clássico "fumei, mas não inalei".
quinta-feira, abril 12, 2007
Sim... pode falar...
MonicaKrist
fale de paixão
fale de tesão
fale do teu jeito
que não é maldito
fale sussurrando tudo
ao meu ouvido
como um zumbido
de prazer...
(Isabel Machado)
fale de paixão
fale de tesão
fale do teu jeito
que não é maldito
fale sussurrando tudo
ao meu ouvido
como um zumbido
de prazer...
(Isabel Machado)
sexta-feira, abril 06, 2007
Espectáculo!
Atenção que este tipo é completamente passado... tem um pé tão pesado que não o consegue levantar, nem mesmo à beira de um grande estalo.
Chama-se Gigi Galli e ficou em 7º no Rally de Portugal.
sábado, março 31, 2007
sábado, março 24, 2007
Révanche
Sacrifiquei uma soma enorme e diminui nalguns milhões os meus rendimentos fixos, mas uma das fantasias mais antigas da minha mocidade converteu-se em facto.
Vivi durante muitos anos em horríveis habitações, nos bairros mais populosos da cidade mais populosa, poeirenta e ruidosa do mundo.
E sonhava que um homem poderosíssimo poderia um dia divertir-se restituindo à Natureza um pedaço daquela cidade asquerosa, derrubando casas, descalçando ruas e fazendo voltar o ar limpo aonde havia corrupção, as árvores floridas aonde corriam as cloacas, o silencio aonde havia estrondo, a solidão aonde milhares de homens se amontoavam em túmulos de pedras sobrepostas.
Este pensamento orientou-me, talvez sem me aperceber, quando comecei a comprar muitas casas, num dos bairros mais populares de New York.
Mas quando verifiquei que possuía duas ou três ruas inteiras, e com excepção de alguns pedaços, o bairro todo, assaltou-me com estranho vigor a lembrança e a tentação daquele sonho.
Devagar, consegui comprar as poucas casas que não eram de minha propriedade e encontrei-me dono absoluto de vinte hectares de New York.
Os vinte hectares foram separados por um muro alto, sem janelas, cancelas nem portões – o ingresso para mim é subterrâneo – e um exército de botânicos, zoólogos e engenheiros, após três anos de trabalho, operaram o milagre.
No lugar do asqueroso bairro habitado por operários, empregados e pequenos comerciantes, encontra-se agora uma espécie de selva virgem, com longos bosques, prados e canais, onde os pássaros cantam, as arvores florescem e só se ouve, longínquo e confuso, no rumor da cidade infernal.
Só eu desfruto este pequeno paraíso terrestre reconquistado.
Nas ruas por onde todos passavam, só eu passo.
Onde os automóveis uivavam e punham mau cheiro, passeiam os plácidos ursos.
Onde o prestamista se postava á espera de uma vítima, agora o chacal alegra-se ao Sol.
Reservei-me no coração de uma cidade orgulhosa e colossal, o verdadeiro luxo, o mais caro de um homem moderno: o isolamento e o silencio.
Os de fora, que vêem os altos muros despidos, mas conseguem, do cimo dos seus edifícios circundantes, ver o que está lá dentro, exclamam: capricho de um doido!
Eu, porém tenho a impressão de ter construído para mim, no recinto de um vasto manicómio, uma pequena mas alegre cela de sabedoria.
Aldrabado apartir de Giovanni Papini, Gog 1931
Vivi durante muitos anos em horríveis habitações, nos bairros mais populosos da cidade mais populosa, poeirenta e ruidosa do mundo.
E sonhava que um homem poderosíssimo poderia um dia divertir-se restituindo à Natureza um pedaço daquela cidade asquerosa, derrubando casas, descalçando ruas e fazendo voltar o ar limpo aonde havia corrupção, as árvores floridas aonde corriam as cloacas, o silencio aonde havia estrondo, a solidão aonde milhares de homens se amontoavam em túmulos de pedras sobrepostas.
Este pensamento orientou-me, talvez sem me aperceber, quando comecei a comprar muitas casas, num dos bairros mais populares de New York.
Mas quando verifiquei que possuía duas ou três ruas inteiras, e com excepção de alguns pedaços, o bairro todo, assaltou-me com estranho vigor a lembrança e a tentação daquele sonho.
Devagar, consegui comprar as poucas casas que não eram de minha propriedade e encontrei-me dono absoluto de vinte hectares de New York.
Os vinte hectares foram separados por um muro alto, sem janelas, cancelas nem portões – o ingresso para mim é subterrâneo – e um exército de botânicos, zoólogos e engenheiros, após três anos de trabalho, operaram o milagre.
No lugar do asqueroso bairro habitado por operários, empregados e pequenos comerciantes, encontra-se agora uma espécie de selva virgem, com longos bosques, prados e canais, onde os pássaros cantam, as arvores florescem e só se ouve, longínquo e confuso, no rumor da cidade infernal.
Só eu desfruto este pequeno paraíso terrestre reconquistado.
Nas ruas por onde todos passavam, só eu passo.
Onde os automóveis uivavam e punham mau cheiro, passeiam os plácidos ursos.
Onde o prestamista se postava á espera de uma vítima, agora o chacal alegra-se ao Sol.
Reservei-me no coração de uma cidade orgulhosa e colossal, o verdadeiro luxo, o mais caro de um homem moderno: o isolamento e o silencio.
Os de fora, que vêem os altos muros despidos, mas conseguem, do cimo dos seus edifícios circundantes, ver o que está lá dentro, exclamam: capricho de um doido!
Eu, porém tenho a impressão de ter construído para mim, no recinto de um vasto manicómio, uma pequena mas alegre cela de sabedoria.
Aldrabado apartir de Giovanni Papini, Gog 1931
sábado, março 17, 2007
Ensinar... conselhos simples
Ensinar...
You have to have a huge sense of humor and a small ego.
There are some people who are born to do it and some who learn to do it, and there are some people who really shouldn’t do it.
Jason Levy, director de uma escola do Bronx sobre o desafio de ensinar (e no Bronx deve dar mesmo pica :)
sábado, março 10, 2007
Love's gamble
Segundo Shakespeare, o amor é mera loucura.
Mas isso não impediu dois matemáticos do London University College, Peter Sosou e Robert Seymour, de lhe introduzir alguma racionalidade; já que o amor é um jogo e existe uma bela Teoria dos Jogos, porque não aplicá-la?
Concentremo-nos no caroço da coisa: fazer a corte, é uma condição inicial e determinante da relação amorosa, no mundo dos animais de cabelo, como no dos outros.
Fazer a corte, é normalmente uma iniciativa do macho, o que implica com frequência a oferta de presentes.
É ao macho que cabe a iniciativa, porque o preço da cópula é muito maior para a fêmea, arriscando à gravidez e a uma desgastante maternidade.
Contrariamente ao macho, a fêmea tem que ser muito selectiva na escolha. Ora, um presente, pode ser um excelente indicador sobre a qualidade e intenções do macho que se apresenta.
Mas o macho também tem que ter algum cuidado; se oferecer um presente barato a fêmea não o considerará, e se oferecer algo de muito valor, ela pode aceitar, virando-lhe as costas de seguida, sem lhe dar o que no fundo ele quer: a “queca”.
O que aqui temos é um modelo clássico de jogo simétrico, com uma sequência de escolhas e movimentos, semelhante ao xadrez.
O macho quer dar uma queca e tenta seduzir a fêmea com um presente, caro ou barato, conforme o valor que vê nela.
A fêmea decide se aceita o presente e se corresponde ou não, conforme a avaliação que faz do macho; irá abandoná-la após engravidar? … Que preço pagará pela aceitação?
Qual então a melhor estratégia para ambos?
Em primeiro lugar está a capacidade de atracção de cada um, o que dificulta ou facilita o objectivo de cada jogador.
Os matemáticos determinam, em função do número de interessados no passado, a probabilidade de atracção que estabelece os valores de partida.
A melhor estratégia também depende também daquilo que se quer, em linguagem da Teoria dos Jogos, do “lucro” que cada jogador pretende retirar no final.
Aqui, os matemáticos simplificam:
O macho fica positivo se der a famigerada “queca”, e o lucro sobe se a fêmea for atraente;
A fêmea só fica positiva se o macho não se for embora após o acto (ajudando a tratar das crias); em todos os outros resultados – macho atractivo que a abandona, macho pouco atraente que fica, macho pouco atraente que se pira – o seu lucro é negativo.
Mas isso não impediu dois matemáticos do London University College, Peter Sosou e Robert Seymour, de lhe introduzir alguma racionalidade; já que o amor é um jogo e existe uma bela Teoria dos Jogos, porque não aplicá-la?
Concentremo-nos no caroço da coisa: fazer a corte, é uma condição inicial e determinante da relação amorosa, no mundo dos animais de cabelo, como no dos outros.
Fazer a corte, é normalmente uma iniciativa do macho, o que implica com frequência a oferta de presentes.
É ao macho que cabe a iniciativa, porque o preço da cópula é muito maior para a fêmea, arriscando à gravidez e a uma desgastante maternidade.
Contrariamente ao macho, a fêmea tem que ser muito selectiva na escolha. Ora, um presente, pode ser um excelente indicador sobre a qualidade e intenções do macho que se apresenta.
Mas o macho também tem que ter algum cuidado; se oferecer um presente barato a fêmea não o considerará, e se oferecer algo de muito valor, ela pode aceitar, virando-lhe as costas de seguida, sem lhe dar o que no fundo ele quer: a “queca”.
O que aqui temos é um modelo clássico de jogo simétrico, com uma sequência de escolhas e movimentos, semelhante ao xadrez.
O macho quer dar uma queca e tenta seduzir a fêmea com um presente, caro ou barato, conforme o valor que vê nela.
A fêmea decide se aceita o presente e se corresponde ou não, conforme a avaliação que faz do macho; irá abandoná-la após engravidar? … Que preço pagará pela aceitação?
Qual então a melhor estratégia para ambos?
Em primeiro lugar está a capacidade de atracção de cada um, o que dificulta ou facilita o objectivo de cada jogador.
Os matemáticos determinam, em função do número de interessados no passado, a probabilidade de atracção que estabelece os valores de partida.
A melhor estratégia também depende também daquilo que se quer, em linguagem da Teoria dos Jogos, do “lucro” que cada jogador pretende retirar no final.
Aqui, os matemáticos simplificam:
O macho fica positivo se der a famigerada “queca”, e o lucro sobe se a fêmea for atraente;
A fêmea só fica positiva se o macho não se for embora após o acto (ajudando a tratar das crias); em todos os outros resultados – macho atractivo que a abandona, macho pouco atraente que fica, macho pouco atraente que se pira – o seu lucro é negativo.
O equilíbrio (Nash equilibrium) consiste em duas estratégias diferentes (para cada) mas cujo balanço final tem a característica de nenhum jogador ter nada a ganhar alterando a sua estratégia específica.
O equilíbrio estratégico é afectado pelo factor “atractividade” (a natureza favorece os atraentes) mas outro parâmetro ganha relevo para os machos (atraentes ou não): dar um presente que custe caro e a fêmea disso se aperceba, mas que seja de pouco valor material para ela.
O equilíbrio estratégico é afectado pelo factor “atractividade” (a natureza favorece os atraentes) mas outro parâmetro ganha relevo para os machos (atraentes ou não): dar um presente que custe caro e a fêmea disso se aperceba, mas que seja de pouco valor material para ela.
Assim o macho mostra que tem poder económico e que valoriza a fêmea.
A fêmea pelo seu lado só aceita se estiver realmente interessada.
O macho encontra um balanço entre o custo e o risco de se meter nas mãos de uma interesseira.
Em termos humanos um tal presente pode ser, por exemplo, uma viagem a Veneza, ou outra coisa qualquer, cara mas imaterial.
Algo que custe ao macho, mas seja pouco interessante para a fêmea se não quiser a companhia.
A fêmea pelo seu lado só aceita se estiver realmente interessada.
O macho encontra um balanço entre o custo e o risco de se meter nas mãos de uma interesseira.
Em termos humanos um tal presente pode ser, por exemplo, uma viagem a Veneza, ou outra coisa qualquer, cara mas imaterial.
Algo que custe ao macho, mas seja pouco interessante para a fêmea se não quiser a companhia.
Portanto… terão encontrado a via do sucesso?
Infelizmente, a realidade é um bocadinho mais complicada.
A cópula humana não leva necessariamente à gravidez, e os papéis dos géneros podem até inverter-se.
Além disso, cada pessoa valoriza diferentemente os mesmos presentes: enquanto uma mulher pode passar-se positivamente com a exibição (ou oferta, pois então) de um Mercedes, outra pelo contrário pode achá-lo pretensioso e até repugnante.
Muita gente gosta de curtir uma noite de luxo ou até uma viagem, mesmo sem apreciar extraordinariamente a companhia.
Pior ainda, os humanos não jogam limpo, há quem escolha um parceiro para tratar das crias e outro para os encontros românticos, aproveitando assim o melhor dos dois mundos.
A Teoria dos Jogos pode dar-nos maior objectividade sobre a evolução do cortejamento entre macho e fêmea, mas é limitada. Para melhor compreensão talvez seja preciso ir buscar as equações de Lorenz e a Teoria do Caos :)
Infelizmente, a realidade é um bocadinho mais complicada.
A cópula humana não leva necessariamente à gravidez, e os papéis dos géneros podem até inverter-se.
Além disso, cada pessoa valoriza diferentemente os mesmos presentes: enquanto uma mulher pode passar-se positivamente com a exibição (ou oferta, pois então) de um Mercedes, outra pelo contrário pode achá-lo pretensioso e até repugnante.
Muita gente gosta de curtir uma noite de luxo ou até uma viagem, mesmo sem apreciar extraordinariamente a companhia.
Pior ainda, os humanos não jogam limpo, há quem escolha um parceiro para tratar das crias e outro para os encontros românticos, aproveitando assim o melhor dos dois mundos.
A Teoria dos Jogos pode dar-nos maior objectividade sobre a evolução do cortejamento entre macho e fêmea, mas é limitada. Para melhor compreensão talvez seja preciso ir buscar as equações de Lorenz e a Teoria do Caos :)
(copiado aqui)
sexta-feira, março 02, 2007
Wake up.
Um "beep" às oito horas da manhã. Bati-lhe, fez-se um silêncio de cinco minutos.
Acordei só às nove. Sentado na cadeira dos últimos dias. Debruçado à frente de um ecrãn, esticando o dedo para ligar a máquina.
"beep".
Acordei só às nove. Sentado na cadeira dos últimos dias. Debruçado à frente de um ecrãn, esticando o dedo para ligar a máquina.
"beep".
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Borges.
sábado, fevereiro 24, 2007
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
As putas.
Associação para o Planeamento da Família cria campanha “Não saias com qualquer uma”.
A Associação para o Planeamento da Família apresentou a campanha “Não saias com qualquer uma”, cujo objectivo é promover a utilização do preservativo, o único que evita as infecções sexualmente transmissíveis. Esta campanha é uma tentativa de informar os jovens e adultos para que vejam que o uso do preservativo é um dos vários métodos contraceptivos mas só ele evita as infecções sexualmente transmissíveis. Não haverá inserções na comunicação social porque nenhum meio quis apoiar a campanha a título gratuito.(...)A campanha arrancou ontem, com algumas acções de rua, mas os materiais serão usados durante o resto do ano. (...)
- In Meios e Publicidade
Promover o preservativo, insultando a mulher - O objectivo é nobre, mas o fim é trágico.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
domingo, fevereiro 11, 2007
Viver Além!
Uma noite, numa sala (que chamavam de estudo e que, para mim, foi de imaginação e sonho) foram-me os olhos errantes levados para uma estrela cariciosa e longínqua.
Um estremecimento inefável e novo, uma diluição de ternura, um deslumbramento cobiçoso e ávido, elevaram-me a alma, levando-a por esses longínquos mundos que até aí tinha ignorado.
Este arrebatamento de alma embebia-me num suave e recolhido cismar!
Viver além!
E o pensamento intuitivo e quente ia-me fraternizando com essa misteriosa vida…
(Leonardo Coimbra, A Montanha 1911)
Um estremecimento inefável e novo, uma diluição de ternura, um deslumbramento cobiçoso e ávido, elevaram-me a alma, levando-a por esses longínquos mundos que até aí tinha ignorado.
Este arrebatamento de alma embebia-me num suave e recolhido cismar!
Viver além!
E o pensamento intuitivo e quente ia-me fraternizando com essa misteriosa vida…
(Leonardo Coimbra, A Montanha 1911)
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Let's go...
A night walk from wall to wall
And I can hear hundreds of sprays
As they are used to trace the lines
And I can hear hundreds of sprays
As they are used to trace the lines
terça-feira, janeiro 30, 2007
Intelectualóides:
-Fiódor Dostoiévski, em "Crime e Castigo", sobre Andrei Semiónovitch:
"Era mais um dos muitos que formavam a legião enorme e heterogénea de ordinários, abortos débeis e tiranetes diletantes em todas as matérias, que se agarram imediata e obrigatoriamente à ideia que esteja mais em voga, conseguindo banalizá-la num instante e transformar em caricatura tudo o que servem, às vezes do modo mais sincero."
Eis a razão pela qual todo o ser humano deve gostar de futebol, ou qualquer outro entretenimento acéfalo. Porque é bom, e porque se defendem paixões sem recurso a argumentos lógicos. É no gosto pelo futebol que se aprende a renegar a prepotência intelectual. E no gosto pelas mulheres.
A vida é esta.
O resto é retórica.
"Era mais um dos muitos que formavam a legião enorme e heterogénea de ordinários, abortos débeis e tiranetes diletantes em todas as matérias, que se agarram imediata e obrigatoriamente à ideia que esteja mais em voga, conseguindo banalizá-la num instante e transformar em caricatura tudo o que servem, às vezes do modo mais sincero."
Eis a razão pela qual todo o ser humano deve gostar de futebol, ou qualquer outro entretenimento acéfalo. Porque é bom, e porque se defendem paixões sem recurso a argumentos lógicos. É no gosto pelo futebol que se aprende a renegar a prepotência intelectual. E no gosto pelas mulheres.
A vida é esta.
O resto é retórica.
sábado, janeiro 27, 2007
Mulheres fascinadas pelo nome Ernesto...
Everybody loves Ernest...
but nobody's quite sure who he really is.
At over 100 years old, Oscar Wilde's masterpiece,
arguably the best play of the 19th century,
still radiates literate and sophisticated hilarity.
"A importancia de ser Ernesto", a não perder,
hoje pelas 15.35H na RTP 1
:)
também te entendo em felicidade.
aquela em que me quero também.
baixinha suave terna se existe mar, se existe terra, se existes, existo e o tempo deixa o respirar. e pouco mais interessa.
muito pouco mais, senão a ria consumindo os pés e os peixes dedilhando uma eternidade qualquer abaixo da linha de água, onde residem as verdades profundas.
inacessíveis.
quarta-feira, janeiro 24, 2007
panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão panados com pão panados com pão panados com pãonados com pão
sexta-feira, janeiro 19, 2007
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Le spasme
Je la transperce d’outre en outre.
Le spasme arrive : un jet de foutre
Un jet brûlant
Parcourt mon dard comme une lave
Jaillit, retombe, et de sa bave
poisse mon gland.
Théophile Gautier (1811-1872)
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