"tenho sido sempre um sonhador irónico, infiel às promessas interiores. Gozei sempre, como outro e estrangeiro, as derrotas dos meus devaneios, assistente casual ao que pensei ser. Nunca dei crença àquilo em que acreditei. Enchi as mãos de areia, chamei-lhe ouro, e abri as mãos dela toda, escorrente. A frase fora a única verdade. Com a frase dita estava tudo feito; o mais era a areia que sempre fora."
- Bernardo Soares, guardador de livros.
8 comentários:
Subversivo qb... fez-me lembrar Boris Vian, o eterno cínico...
nada, nada... Vian nunca admitiria isso em primeira pessoa. Nem usando pseudónimos como Pessoa. Vian é um irónico tremendo, um falso emotivo, penso eu; subscreveria este raciocínio, mas nunca o escreveria.
Penso eu de quê.
Também eu nunca dei crença àquilo em que acreditei...
suspiro *
Passei os olhos pelo teu site e adicionei-o... Não é que eu seja avaliadora que se admita, mas gostei do que escolheste ser neste blog, Ernesto! Gostei da diversidade dos gostos e dos gostos! Além disso - não é que isso interesse a alguém, mas eu sou uma fala-barato -, Ernesto é o nome de uma recordação italiana minha (ih!ih!).
Voltarei mais vezes.
PS: Só uma achega (que uma pessoa tem de alimentar a auto-estima com o que pode!): BS era, não um pseudónimo, mas um heterónimo de FP.
é justo, é justo.
O ponto é teu.
O pseudónimo é o Ernesto.
And then again...
Devo estar a ficar xéxé, mas enganei-me e há que repor a verdade das coisas, pese embora a minha vergonha:
os heterónimos eram Álvaro de Campos (o futurista), Alberto Caeiro (o bucólico) e Ricado Reis (o clássico). Bernardo Soares não era, em rigor, um heterónimo e sim uma "personalidade literária" de Fernando Pessoa.
(Toma que é para eu reflectir antes de me armar aos cucos! Tudo isto abalou muito a minha auto-estima.
And then again...
Consegui persuadir, pelo menos, alguém! Isso já compensa os estragos!)
sou um admirador do guardador de livros. gosto do teu blog. descobri-te no festim nu, vi que tens um schiele na foto e isso chegou para vir até cá. muy bueno
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